quarta-feira, 26 de outubro de 2011

AGROTÓXICOS: CRIADOS PARA MATAR!


Os agrotóxicos, também chamados de venenos, praguicidas ou pesticidas, foram desenvolvidos durante a primeira guerra mundial (1914-1918) e utilizados de uma forma mais ampla na segunda guerra mundial (1939-1945), como arma química. Somente após a segunda grande guerra, que vitimou milhares de seres humanos e animais, passaram a ser usados para combater pragas e doenças na agricultura, fazendo parte da chamada “Revolução Verde”. Na guerra do Vietnã (1959-1975), também foram muito utilizados como arma química. O agrotóxico conhecido como agente laranja (herbicida), utilizado pelo exército norte-americano, dizimou milhares de vietnamitas, além dos próprios combatentes norte-americanos.

Hoje, passados aproximadamente cento e trinta e sete anos da sintetização do primeiro agrotóxico, o Dicloro-Difenil-Tricloroetano (DDT), verifica-se que eles continuam matando seres humanos. São muitos os casos de intoxicações e mortes. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), ocorrem no mundo cerca de três milhões de intoxicações agudas provocadas por agrotóxicos a cada ano, com 220 mil mortes. Mesmo assim, milhares de agricultores e produtores rurais brasileiros continuam fazendo uso de tais produtos, sem pensar nos males ocasionados por eles.

Nós brasileiros estamos a cada safra produzindo mais alimentos, somos o segundo maior produtor do planeta. Só ficamos atrás dos Estados Unidos, mas infelizmente, na safra 2008/2009, o Brasil consumiu aproximadamente 700 milhões de litros de agrotóxicos e passou a ser o maior consumidor de agrotóxicos do planeta. As vendas de agrotóxicos no país somaram US$ 7, 125 bilhões. Fica a indagação: qual será o preço de uma produção agrícola em que o meio ambiente não é respeitado?Há necessidade sim de se produzir mais alimentos, mas isso precisa ocorrer de forma sustentável, isto é, com respeito ao meio ambiente. A degradação tem consequências em longo prazo e muitos efeitos podem ser irreversíveis. Os agrotóxicos contaminam o solo, as águas, o ar, a fauna, a flora, os alimentos e os seres humanos. Além disso, desequilibram as plantas, tornando-as mais suscetíveis a pragas e doenças.

Algumas alternativas têm aparecido no meio agrícola, uma delas é extremamente viável. Trata-se da agricultura orgânica, uma forma de cultivo em harmonia com a natureza. Na agricultura orgânica não há espaço para os agroquímicos (adubos químicos, agrotóxicos, etc.). Esta forma de produção está revolucionando a produção agrícola em todo o mundo. Hoje, cresce em todo o mundo a procura por produtos mais saudáveis, os chamados orgânicos. Os consumidores estão cada vez mais informados e por esta razão, mais exigentes. Pagam um pouco mais por produtos orgânicos, porque sabem que saúde não tem preço. No mundo globalizado, daqui por diante, vai se dar melhor quem for antenado com a sustentabilidade.

TEXTO: NÚCLEO TÉCNICO DA SEMA